A rádio Mamaterra de Hamburgo ouviu falar do Primeiro Seminário das Comunidades Brasileiras no Exterior promovido pelo Ministério de Relações Exteriores Brasileiro.
Acontecerá nos dias 17 e 18 de Julho de 2008 no Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro.
Estaremos lá com um observador participante, o Ricardo de Barros historiador de Niterói que vive em Dusseldorf na Alemanha.
Parabenizamos a iniciativa, esperada desde 1950, quando os primeiros fugitivos da II guerra mundial que encontraram abrigo no Brasil, por sua vez já abrasileirados e com filhos brasileiros, ao retornarem a seus países iniciaram a transmissão das culturas e modos de viver dos brasileiros pelo mundo.
Trabalho de sapa, silencioso, e cheio de inglóriosos momentos os caminhos percorridos por estes “abandonados” acusados por um Brasil fechado e autárquico de “Carmens Mirandas estrangeirizadas”.
Crises econômicas, perseguições e aberturas políticas provocaram novas ondas de exílios voluntários ou forçados. Antes tarde do que nunca nosso Ministério das Relações Exteriores descobre o Brasil com uma veia de migração. Estava mais que na hora.
Desde a fatídica era Collor que não dá mais para tapar o sol com a peneira, o Brasil migra e leva seus mitos e sonhos para fora. É a excluida dos subúrbios do Brasil que vira madame em Cannes, é o professor de física que vira sambista em Moscou, é o perseguido pelas batidas policiais nas favelas e mangues do Brasil que vira Mestre de Capoeira nas Universidades do mundo.
A democracia racial, a cordialidade, o carinho e o jeitinho brasileiro, não vivido na pátria amada é vendido e comprado aqui fora do Brasil para quem quiser curtir este sonho.
São escolas de samba japonesas, e mestres de Kendo pretos retintos. Bahianas ruivas em Hamburgo, batuqueiros de olhos verdes e doutores das favelas em Harvard.
O país que não deixou esta gente viver é vivido em um sonho real por essas gentes, que no Brasil dividido entre os que “sabem com quem estão falando” e os que podem falar, jamais se tocariam.
Aqui no exterior convivemos com madames brasileiras aprendendo com suas amigas, que antes eram empregadas domésticas no Brasil, a dançarem afoxé e fazer caipirinha, carentes que estavam de suas identidades perdidas na Miamipanema.
Vivemos também doutores e escritores brasileiros, que em suas visitas às universidades, se chocam com o grau de conhecimento da realidade brasileira por parte dos estudantes europeus. Estes “intelectuais” acostumados a falarem sózinhos ou entre os seus no Brasil, voltam indignados para a pátria amada, e desandam a dizer que existe uma campanha para “denegrir” o Brasil. Os intelectuais da “morenidade” bahiana estão aí para não me deixar mentir.
Estão por fora, não sabem que antes passaram por essas universidades onde antes eles cantavam de galo, gente brasileira de verdade, músicos de verdade, intelectuais do povo de verdade, produtores e raladores da cultura brasileira de carne e osso que antes de serem bandeirantes eram os perseguidos por esses mesmos “bandeirantes” no Brasil.
Mostrar o brasileiro e a brasileira no exterior é uma tarefa meritória, pode ajudar o Brasil a se olhar no espelho, é globalização de baixo prá cima. Estamos “sambalizando” o mundo e queremos ajudar a democratizar para todos, o nosso Brasil.
Inauguramos este blog para que nós, que como o príncipe da Inglaterra, somos sempre os últimos a saber, tenhamos mais uma voz. Participem.
Axé
Marcos romao
Jornalista, sociólogo e ralador cultural.
Hamburgo 3 de Julho de 2008
Acontecerá nos dias 17 e 18 de Julho de 2008 no Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro.
Estaremos lá com um observador participante, o Ricardo de Barros historiador de Niterói que vive em Dusseldorf na Alemanha.
Parabenizamos a iniciativa, esperada desde 1950, quando os primeiros fugitivos da II guerra mundial que encontraram abrigo no Brasil, por sua vez já abrasileirados e com filhos brasileiros, ao retornarem a seus países iniciaram a transmissão das culturas e modos de viver dos brasileiros pelo mundo.
Trabalho de sapa, silencioso, e cheio de inglóriosos momentos os caminhos percorridos por estes “abandonados” acusados por um Brasil fechado e autárquico de “Carmens Mirandas estrangeirizadas”.
Crises econômicas, perseguições e aberturas políticas provocaram novas ondas de exílios voluntários ou forçados. Antes tarde do que nunca nosso Ministério das Relações Exteriores descobre o Brasil com uma veia de migração. Estava mais que na hora.
Desde a fatídica era Collor que não dá mais para tapar o sol com a peneira, o Brasil migra e leva seus mitos e sonhos para fora. É a excluida dos subúrbios do Brasil que vira madame em Cannes, é o professor de física que vira sambista em Moscou, é o perseguido pelas batidas policiais nas favelas e mangues do Brasil que vira Mestre de Capoeira nas Universidades do mundo.
A democracia racial, a cordialidade, o carinho e o jeitinho brasileiro, não vivido na pátria amada é vendido e comprado aqui fora do Brasil para quem quiser curtir este sonho.
São escolas de samba japonesas, e mestres de Kendo pretos retintos. Bahianas ruivas em Hamburgo, batuqueiros de olhos verdes e doutores das favelas em Harvard.
O país que não deixou esta gente viver é vivido em um sonho real por essas gentes, que no Brasil dividido entre os que “sabem com quem estão falando” e os que podem falar, jamais se tocariam.
Aqui no exterior convivemos com madames brasileiras aprendendo com suas amigas, que antes eram empregadas domésticas no Brasil, a dançarem afoxé e fazer caipirinha, carentes que estavam de suas identidades perdidas na Miamipanema.
Vivemos também doutores e escritores brasileiros, que em suas visitas às universidades, se chocam com o grau de conhecimento da realidade brasileira por parte dos estudantes europeus. Estes “intelectuais” acostumados a falarem sózinhos ou entre os seus no Brasil, voltam indignados para a pátria amada, e desandam a dizer que existe uma campanha para “denegrir” o Brasil. Os intelectuais da “morenidade” bahiana estão aí para não me deixar mentir.
Estão por fora, não sabem que antes passaram por essas universidades onde antes eles cantavam de galo, gente brasileira de verdade, músicos de verdade, intelectuais do povo de verdade, produtores e raladores da cultura brasileira de carne e osso que antes de serem bandeirantes eram os perseguidos por esses mesmos “bandeirantes” no Brasil.
Mostrar o brasileiro e a brasileira no exterior é uma tarefa meritória, pode ajudar o Brasil a se olhar no espelho, é globalização de baixo prá cima. Estamos “sambalizando” o mundo e queremos ajudar a democratizar para todos, o nosso Brasil.
Inauguramos este blog para que nós, que como o príncipe da Inglaterra, somos sempre os últimos a saber, tenhamos mais uma voz. Participem.
Axé
Marcos romao
Jornalista, sociólogo e ralador cultural.
Hamburgo 3 de Julho de 2008